Resenhas

Recordando Anne Frank, de Miep Gies #Resenha

Título: Recordando Anne Frank

Subtítulo: A história contada pela mulher que desafiou o nazismo escondendo a família Frank

Título Original: Anne Frank Remembered – The Story of the Woman Who Helped to Hide the Frank Family

Autoras: Miep Gies e Alison Leslie Gold

Editora: Gutenberg

Ano: 2017

Páginas: 250

Tradução: Íris Figueiredo

Sinopse: AQUI

Download do 1º Capítulo: AQUI

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Onde Comprar o E-Book: Amazon (Kindle)

***



No mês de maio, o livro Recordando Anne Frank foi o escolhido como tema do Clube do Livro Autêntica e, como sou mediadora do clube aqui de São Paulo, lá fui eu toda empolgada para fazer a leitura!

Mesmo sem ter lido o Diário de Anne Frank, já conhecia um pouco da história da garota e estava ansiosa para conhecer mais detalhes na visão de alguém que teve um papel tão importante na vida da menina.

Sobre o que é “Recordando Anne Frank”?

A história da jovem Anne Frank – foi uma adolescente alemã de origem judaica, vítima do Holocausto – se tornou bastante famosa por todo o mundo. O “Diário de Anne Frank” ganhou inúmeras edições, foi adaptado para os quadrinhos, para o teatro e também para o cinema!! Mas Anne era apenas uma criança na época e relata apenas suas experiências do período em que ficou escondida com a família em um quarto oculto, para escapar dos nazistas.

Em “Recordando Anne Frank” encontramos a história de Miep Gies, chamada de Miep Van Santen por Anne em seu diário. Miep, uma austríaca que fora morar em Amsterdã ainda criança, foi ninguém menos que a mulher responsável por cuidar da família Frank durante todos os anos em que eles permaneceram escondidos dos nazistas em um anexo do escritório em que trabalhava. Era ela quem conseguia a comida, os itens de higiene e tudo o mais que família – e outros judeus que ali se escondiam – precisasse! Além disso, foi Miep quem conseguiu esconder o diário de Anne e o entregou ao pai da menina depois da guerra…

Eu não sou uma heroína. Estou no final de uma longa, muito longa, fila de bondosos holandeses que fizeram o mesmo – ou muito mais – que eu durante aqueles tempos sombrios e tenebrosos, que, no coração de todos os que os testemunhamos, parecem ter acontecido ontem. Nem um dia se passa sem que eu me lembre do que houve naqueles anos.

Mais de vinte mil holandeses ajudaram a esconder judeus e outras pessoas que também precisavam de refúgio durante aqueles tempos. Fiz de bom grado tudo o que podia para ajudar. Meu marido também. Mas não foi o bastante.

Não há nada de especial em mim. Eu nunca quis chamar atenção. Só estava disposta a fazer o que me pediram e o que parecia necessário na época. Quando me convenceram a contar minha história, tive de pensar no lugar que Anne Frank ocupa na História e o que a sua história passou a significar para milhões de pessoas que foram tocadas por ela.


Minha colaboradora, Alison Leslie Gold, disse que as pessoas também reagiriam às minhas memórias de como aqueles terríveis eventos ocorreram. Agora todos os envolvidos estão mortos, só restamos eu e meu marido. Estou narrando os fatos da maneira que me lembro.

Em alguns casos, mais de cinquenta anos se passaram, e vários detalhes dos eventos narrados neste livro foram, em parte, esquecidos. Reconstituí conversas e acontecimentos da maneira mais próxima possível às minhas lembranças. Não é fácil revisitar essas memórias com tantos detalhes. Mesmo com o passar dos anos, não fica mais fácil.
A minha é uma história de pessoas comuns durante uma época terrível e extraordinária. Tempos que espero, de todo o meu coração, que nunca, nunca voltem. Minha história é para que nós, pessoas comuns em todo o mundo, saibamos o que aconteceu e jamais deixemos que isso se repita.

O que esperar desse livro?

Enquanto o diário da pequena Anne Frank traz a perspectiva de uma criança sobre os anos em que a família viveu escondida dos nazistas, a versão de Miep em Recordando Anne Frank nos traz uma ideia muito mais ampla sobre aquele período de terror da história mundial. Durante a leitura descobrimos como Miep começou a trabalhar para o Sr. Frank, como a amizade entre eles se desenvolveu e, principalmente, como é que ela acabou se tornando a responsável por aquelas pessoas que tiveram que se esconder dos nazistas. 

A narrativa de Miep é ricamente detalhada e emocionante, tornando impossível aos leitores se manterem distantes dos acontecimentos narrados. Ao contar a sua história, Miep Gies nos mostra como era o dia-a-dia dos holandeses, como se deu a chegada dos alemães e como isso interferiu no cotidiano das pessoas. Diferentemente do que muitos acreditam, a perseguição aos judeus se deu em um processo lento, que se iniciou com a retirada de alguns direitos e a imposição de algumas obrigações… E Miep viu tudo isso acontecer com a família Frank, se sentindo impotente diante de tantas injustiças…

Uma das coisas que eu sempre me perguntava em relação à história de Anne Frank era o que acontecia do lado de fora do Anexo e o que aconteceu depois que a família foi descoberta, qual o destino daquelas pessoas, como o diário de Anne chegou às livrarias de todo o mundo… Esse livro respondeu todas as minhas perguntas e muito mais.

Sobre as autoras e seus outros livros…

Miep Gies nasceu em Viena, Áustria, em 15 de fevereiro de 1909. Quando tinha 11 anos de idade, chegou à Holanda como refugiada da Primeira Guerra Mundial e foi lá que mais tarde conheceu Otto Frank e se tornou secretária em sua empresa, a Opekta. Ela e o marido, Jan Gies, ajudaram a esconder a família Frank de julho de 1942 a agosto de 1944, quando foram traídos por um informante anônimo. Miep encontrou o diário de Anne e o guardou, mas depois que Anne morreu no campo de concentração Bergen-Belsen, ela o deu a Otto Frank, o único sobrevivente do Anexo Secreto. Décadas após a publicação de O Diário de Anne Frank, Miep e Jan Gies escolheram permanecer fora de foco até a publicação de Recordando Anne Frank, quando se tornaram celebridades nos Países Baixos e em todo o mundo. A coragem de Miep foi reconhecida com prêmios e medalhas em vários países e organizações internacionais. Ela nunca se considerou uma heroína.

Alison Leslie Gold é uma autora americana e já escreveu diversos livros, mas provavelmente é mais conhecida por sua pesquisa sobre o Holocausto e Anne Frank. Gold nasceu e cresceu em Nova York. Estudou na Universidade da Carolina do Norte, na Faculdade da Cidade do México e na Nova Escola de Pesquisa Social da cidade de Nova York. Gold trabalhou como jornalista, escreveu vários livros de não-ficção e ficção, além de esvrever para o rádio e para a televisão. Ela gosta de viajar e divide seu tempo entre a Grécia e a cidade de Nova York.

Recordando Anne Frank é o mais conhecido trabalho de Alison Leslie Gold e o único traduzido até agora para o português.

Camila - Leitora Compulsiva

Veja os Comentários

  • Essa sim é uma história lindíssima Camila!
    Uma pena eu conhecer só através de pesquisas e filme, tenho mta vontade de ler livros que conte sobre a Anne...
    Bjs!

    • Oi, Aline.
      Se ainda não conhece a história, vale a pena!
      Confesso que achei esse livro ainda melhor que o Diário!
      beijos

  • Oieeeee!! Eu amo tanto esse livro! Tá na linha dos favoritos da vida.
    Amei a resenha também. Como sempre <3

    Bjksssssss

  • Oi Camila, tudo bem?
    Toda vez que eu leio sobre essa época horrível da humanidade fico extremamente emocionada. A história da Anne Frank é um ícono do período e um depoimento de esperança.
    Bjkas

  • É tão maravilhoso ver que existem livros que mostram ainda mais a realidade que Anne viveu. Essa época foi triste, apesar da gente não ter chegado nem perto disso, ler sobre tudo que se passou na guerra é duro.
    Vou procurar ler o livro de Miep, já vi ele na livraria e quero muito ler em breve.

    • Oi, Helana.
      Esse livro é um excelente complemento da história escrita por Anne, porque mostra tudo o que acontecia em volta daquele anexo.
      Espero que faça uma ótima, apesar de triste e intensa, leitura!
      Beijos

  • Ahh que livro maravilhoso!
    Já fui ao museu que fica na casa da Anne Frank e é mtooo emocionante e chocante o modo que eles viviam pra se esconder.
    Com certeza uma leitura que irei fazer pra aprender mais sobre essa história.
    Uma luta pela sobrevivência que jamais deverá ser esquecida.

    • Oi, Suzzy.
      Com uma referência dessas, a história vai ficar ainda mais incrível para você!
      Beijos

  • Oi Cami, que bacana saber que você é mediadora do clube, que responsabilidade, né? Hahaha eu adoro a história da Anne e qualquer obra que fale sobre, considero um verdadeiro achado e que vale a pena. Eu não conhecia esse livro em questão mas já salvei seu post e pretendo dar uma procurada.

    • Oi, Day.
      Super responsabilidade!!
      Mas eu amo de paixão esse projeto da Autêntica!
      Espero que tenha a chance de ler essa história!
      beijos

  • Olá, Camila!

    Eu me lembro que uns meses atrás, quando na Itália houve um incidente que tentou denegrir a imagem da Anne Frank por parte de torcedores violentos (pois de organizados, para mim eles não tem nada disso, pois violência e ódio não é organização e sim, maldade.) do Lazio, em que montaram a foto da Anne com um uniforme da Roma (time rival da Lazio), uma emissora italiana exibiu um documentário feito a partir desse livro. Logo depois, a Gutemberg tinha postado sobre o livro e assim liguei os pontos. Achei a posição da Miep bem humilde, pois apesar de ter tentado e lutado como pode, ela não conseguiu salvar a todos a quem protegeu e que também sua história é a mesma de tanta gente que lutou contra o nazismo e sua discriminação sem sentido mesmo sem ter armas e bombas. Essas pessoas lutaram com a bondade e nem sempre ganharam, mas tiveram uma recompensa muito melhor do que aqueles que segregaram e mataram a tantos inocentes. A Miep só teve a sorte de proteger o quanto pode a Anne.
    Como ela mesma fala, devemos continuar a contar sobre os horrores do holocausto, pois os jovens de hoje não viveram isso e muitas das ideias terríveis do nazismo ainda persistem nos dias de hoje e sem mostrar o mal que isso causou, vamos continuar a ter pessoas expulsas de suas casas por guerras e ideias estúpidas e sendo separada como se elas fossem ninguém, quando na verdade, tem muito para mostrar e compartilhar nesse mundo.

    Um abraço!

    • Oi, Leticia.
      A postura da Miep é muito humilde mesmo.
      O que essa mulher fez é puro heroísmo!
      Beijos

  • Esse livro, como os demais de Anne Frank deve ser muito sentimental, pois sempre que se retrata dela, infelizmente as histórias são tristes e nada agradáveis as cenas que ela passou naquela época. Eu irei anotar esse nome para ler, fiquei bem interessado.

  • Eu tenho sempre um interesse genuíno sobre esse período da história mundial. Além por ter sido uma época tão monstruosa e escura, tenho um pesar por todas as pessoas e famílias que foram destruídas e despedaçadas naquele tempo. Li o diário de Anne e foi uma das leituras mais doloridas e emocionantes pra mim, e agora sabendo deste livro, pela visão das pessoas que tentaram salvar a vida daquelas pessoas, com certeza quero muito ler, sei que vou me emocionar de novo. Obrigada pela dica.

    • Oi, Aline.
      Se você já leu o Diário, então tenho certeza que vai se emocionar muito com esse livro.
      Beijos

  • Olá, comprei recentemente o Diário mas ainda não li, gostei de saber que temos também esse livro com a narração por alguém que estava fora do Anexo, com certeza vou querer lê-lo também. Ótimo post.

    • Oi, Maria José.
      Espero que faça uma ótima leitura do Diário!
      Esse livro dá uma nova perspectiva de tudo e vale a pena como um complemento!
      beijos

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Camila - Leitora Compulsiva

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