Leitora Compulsiva

Literatura muda a vida de jovens infratores!

livros transformando vidas

Uma das coisas que eu sempre defendo é a importância da leitura na formação de crianças e jovens! Acredito que uma boa história é capaz de ensinar muito sobre bondade, caráter, honestidade, amizade, amor… Sem contar que a leitura é uma atividade de lazer barata quando levamos em conta a durabilidade e quantas pessoas podem fazer uso do mesmo livro!

Além do aprendizado, a leitura estimula a criatividade, acalma e manda o tédio embora! Um livro pode entreter uma criança por horas e enquanto lê, essa criança não está gritando ou aprontando nada… Uma benção, não?! rs… Já diz o ditado: “Mente vazia, oficina do Diabo”, não é?! Então nada melhor do que ocupar a cabeça das crianças e jovens com as coisas boas que os livros tem a ensinar!!

E hoje estou aqui para compartilhar com vocês uma notícia bem bacana que encontrei no site do Conselho Nacional de Justiça – CNJ sobre como a literatura está mudando a vida dos jovens infratores no Distrito Federal! Vou reproduzir a notícia completa, mas vocês podem encontrar o original AQUI.

Confiram…

Menores infratores

*foto Gil Ferreira/Agência CNJ

“Para se ter opinião e senso crítico é preciso ler muito, se dotar de conhecimento”. A afirmação é do adolescente Vítor*, jovem infrator que cumpre medida socioeducativa há um ano na Unidade de Internação de Santa Maria, Distrito Federal. Quando entrou no sistema, Vítor jamais havia lido um livro, e seus planos giravam em torno das drogas e do crime. A mudança brusca é resultado do “Projeto Leitura – a Arte do Saber”, uma biblioteca itinerante que percorre a unidade entregando livros aos 150 jovens do local.

O projeto foi desenvolvido pela Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude em parceria com a Vara da Infância e da Juventude do Distrito Federal, por meio da Rede Solidária Anjos do Amanhã, e com a rede de postos de gasolina Gasol, que já doou mil livros. A intenção é ampliar o projeto para as outras cinco unidades de internação do DF, com a arrecadação dos livros contemplando cerca de 900 jovens.

De acordo com o juiz titular da Vara de Infância e Juventude, Renato Rodovalho, os jovens leem os livros e passam por acompanhamento. Uma equipe de voluntários avalia e corrige os resumos feitos por eles, condição fundamental para que passem a ter acesso a outras leituras.

“A medida socioeducativa, sem acesso à leitura, perde sua natureza. Embora exista a reprimenda e cerceamento de liberdade, a intenção é propiciar um contexto socioeducativo”, diz Rodovalho. Para ele, a cultura e o livro abrem um mundo diferente para o ser humano, justamente no momento em que esses adolescentes se encontram em uma fase de projeto de vida.

Outra realidade – Esse foi o caso de Vítor, que quando chegou à instituição não fazia ideia da importância que os livros poderiam ter para sua vida. “O livro me levou para outra realidade, passei a me sentir como outra pessoa na sociedade. Li livros de história e passei a querer ser igual ao Mandela, Kant, a querer fazer a diferença. A gente aprontou, matou, roubou, fez várias coisas ruins, mas somos capazes de nos dotar de conhecimento e mudar”, diz o jovem, que terminou o ensino médio e estuda para o Enem. “Eu queria ser independente e o crime era um dinheiro fácil. Agora eu só quero mostrar quem sou por meio da dança, da música. Vou me afastar das pessoas que eu conhecia, a minha vida será de batalha. Hoje eu alcanço minha calma na leitura”, acredita.

Os livros que fazem parte do projeto são arrecadados nas varas de Justiça, fóruns, secretarias do governo e até em postos de gasolina. De acordo com o juiz Rodovalho, a maioria dos adolescentes internados já estava afastada da escola antes de cumprir a medida. “A gente verifica o crescimento do adolescente, uma mudança de atitude que beneficia não só ele como toda sociedade, uma vez que o projeto colabora para diminuir a reincidência criminal”, acredita o magistrado.

Na Unidade de Internação de Santa Maria, não há televisão nos quartos, o que facilitou a aproximação dos jovens com os livros. “No módulo não tem televisão, eu acho bom, se eu tivesse eu não chegaria à leitura. Mas agora nada pode me separar dela, mesmo que tivesse TV eu ia querer ler, isso vou levar para a vida toda”, conta Vítor. Ele ainda não sabe qual faculdade quer cursar, mas tem um sonho: “quero mostrar para uma criança da periferia que o sonho dela pode ser alcançado sem precisar entrar para o crime. Eu poderia ter tido outro destino na vida”, diz.

Quer doar livros? Veja os postos de coleta:

– Secretarias de Educação; Cultura; Ciência, Tecnologia e Inovação; Esporte e Lazer; Desenvolvimento Humano e Social; Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos; e Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude;

– Palácio do Buriti (sede e anexo);

– Biblioteca Nacional;

– Câmara Legislativa;

– Unidades do Na Hora;

– Fóruns de Justiça do DF.

Mais informações: (61) 3213-0704

*Nome fictício em respeito a Estatuto da Criança e do Adolescente

Luiza de Carvalho Fariello
Agência CNJ de Notícias

Confesso que fiquei emocionada com o depoimento do menor e estou torcendo para que esse projeto atinja cada vez mais cidades do Brasil! Uma solução tão simples, que pode mudar a vida desses jovens!!

8 comentários sobre “Literatura muda a vida de jovens infratores!

  1. Daniele

    Nossa Cami, que matéria linda e importante para provar a todos que a leitura é importante e também tem um papel importante na formação de uma pessoa. O depoimento do menor é emocionante mesmo. Bjsss

    1. Camila - Leitora Compulsiva Autor da Postagem

      Vamos torcer, né Rose?!
      Espero que outros segmentos do governo enxerguem o quanto a leitura é importante!
      Beijos

  2. Carol D. (Open Page)

    Oi Camis! Esse projeto é uma ótima iniciativa! Não adianta nada prender e não pensar em modos de “recuperação” dessas crianças. E livros, claros, são uma ferramenta muito interessante. Se decidissem criar grupos para discutir sobre os livros, então, levantando questões de moral e tudo o mais, poderia ser ainda melhor.

    Notícia inspiradora 🙂

    bjs!

    1. Camila - Leitora Compulsiva Autor da Postagem

      Oi, Carol.
      OS livros são uma ótima maneira de ensinar, sem parecer lição de moral! Os jovens que estão lendo, se mantém afastados dos problemas!
      Beijos

  3. Danielle Demarchi

    É tão bom ver uma medida desse tipo sendo adotada no Brasil. Espero que isso se espalhe até chegar a todas as unidades do país, pois a leitura pode mudar a vida e o modo de pensar de muitos jovens, não só a leitura, mas também outros meios de aprendizagem. O depoimento desse jovem foi realmente emocionante.
    Grande parte desses jovens não enxergam outra alternativa a não ser o crime, por isso a importância de apresentar a eles outras opções, sendo a educação a principal arma no combate à criminalidade.

    1. Camila - Leitora Compulsiva Autor da Postagem

      Oi, Dani.
      Seria bom mesmo se outras unidades começassem a adotar a leitura como forma de recuperar os jovens!!
      Quando eles descobrem o amor pelos livros, se ocupam com coisas boas e não ficam com tempo sobrando para “aprontar”.
      Beijos

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