Autor(a): Jennifer Niven
Editora: Seguinte
Ano: 2016
Páginas: 392
Tradução: Alessandra Esteche
Sinopse: AQUI
Download do 1º Capítulo: AQUI
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No segundo semestre de 2016, pouco depois da visita da autora Jennifer Niven ao Brasil, a Editora Seguinte anunciou o lançamento de Juntando os Pedaços, o segundo livro da autora destinado ao público jovem. Participei de um evento com a autora durante a Bienal e ela falou bastante sobre esse livro, então decidi pedir um exemplar pela parceria.
O livro chegou e entrou para a minha lista de próximas leituras, mas assim como aconteceu com O Livro de Memórias, fiquei procurando o melhor momento para ler essa história e finalmente resolvi me arriscar!!
“Juntando os Pedaços” conta a história de Jack Masselin e Libby Strout, ambos alunos do colégio Martin Van Buren, na pequena cidade de Amos.
Jack é um garoto de 17 anos que tem prosopagnosia, uma doença que o impede de identificar as pessoas pelo rosto. Quando ele olha para alguém vê olhos, nariz, boca, orelhas… Mas seu cérebro simplesmente é incapaz de reunir todas as informações em uma imagem e registrá-la. Assim que Jack olha para o outro lago, aquela pessoa que ele viu a apenas alguns segundos se torna uma desconhecida!! Para tentar distinguir as pessoas, Jack tenta gravar algumas marcas identificadores, como o cabelo, a voz, a cor da pele, o jeito de andar e até mesmo as roupas! O garoto é incapaz de reconhecer até mesmo sua mãe, seu pai e seus irmãos.
Ninguém sabe do problema de Jack e ele nunca sequer procurou um médico. Tudo o que ele sabe sobre a prosopagnosia ele aprendeu na internet. Esse é um segredo que Jack faz o possível e o impossível para manter. Ele sabe que, assim que as pessoas souberem do seu problema, ele se tornará alvo de piadas e até mesmo de bullying.
Libby Strout está retornando à escola depois de anos estudando em casa. Depois da morte da repentina da mãe, Libby começou a comer compulsivamente! Aos 14 anos, Libby já pesava 294 quilos e precisou ser removida de casa pelos bombeiros, para ser levada ao hospital antes que morresse. Como se não bastasse todas as angústias de Libby, o título de Adolescente Mais Gorda dos Estados Unidos não ajudou em nada!
Depois de perder 136 quilos e passar por um longo processo de terapia, Libby sente que está na hora de voltar para a escola. Infelizmente, logo nos primeiros dias, Libby é alvo de uma brincadeira cruel e acaba por dar um belo soco em seu agressor. O resultado disso é que Libby acaba indo parar na diretoria com Jack – sim, ele mesmo! Como punição, os dois acabam indo parar na detenção…
De alguma forma, Jack decide contar sobre seu problema para Libby e aos poucos os dois começam a se abrir e falar sobre suas vidas. A prosopagnosia de Jack e o excesso de peso de Libby sempre os mantiveram afastados das pessoas, mas compartilhar suas inseguranças permitem que os dois se aproximem um do outro!
“Juntando os Pedaços” é um livro que me conquistou logo em suas primeiras páginas, tanto pela descrita envolvente da autora como por seus personagens muito bem criados, inteligentes e cativantes!
A prosopagnosia é uma doença real e imaginar que alguém é incapaz de reconhecer até mesmo sua própria mãe me deixou comovida! Jack é um cara bacana, que se importa com os outros e que tem um enorme carinho por sua família e por seus amigos. Mesmo assim, lidar com seu problema não é fácil e ele sente tanto medo de ser excluído que acaba tomando péssimas decisões e age como um babaca em muitas circunstâncias.
Apesar de ter me apaixonado por Jack e sentido uma enorme empatia por ele, foi Libby quem mais me impressionou!! Tudo o que Libby enfrenta por causa de seu peso representa o pior daquilo que há nas pessoas. Mostra o quanto as pessoas estão cheias de lixo por dentro, procurando a primeira oportunidade de colocar essa sujeira para fora e jogar em cima dos outros! E mesmo assim, Libby sacode a poeira e dá a volta por cima. É claro que as coisas a magoam, mas ela percebe que nada pode ser pior do que tudo o que ela já passou…
“Juntando os Pedaços” é um livro que fala sobre diferenças, sobre aparência, sobre bullying e sobre como cabe a nós decidir se as pessoas podem ou não nos atingir! Eu indico esse livro para todo mundo, mas mesmo que vocês achem que esse livro não faz o estilo de vocês, se permitam mais dois minutinhos para ler a carta de Libby para o mundo:
Alguém gosta de você, por Libby Strout
“Ninguém gosta de você.” Alguém me escreveu isso recentemente numa carta anônima. Fico me perguntando quem acha que tem o direito de dizer isso a outra pessoa. Sério. Pense nisso. “Ninguém gosta de você.” Deve ser a coisa mais desprezível que se poderia dizer a alguém. O que a pessoa provavelmente quer dizer é: “Você é gorda, e isso me enoja”. Então por que não escrever precisamente isso? Você não sabe se existe alguém que gosta de mim. E adivinha só: existe, sim. Acredite ou não, tenho uma família e amigos que me amam. Já beijei alguns garotos. Se nunca transei, é porque não estou pronta ainda. Não porque ninguém gosta de mim. A verdade é que, enquanto você é cheia de ódio e insignificante, Pessoa Que Escreveu Aquela Carta, eu sou encantadora. Tenho uma ótima personalidade, sou inteligente, sou forte e corro bem. Sou resiliente. Poderosa. Vou fazer alguma coisa da minha vida, porque acredito em mim mesma. Posso ainda não saber o que é essa coisa, mas só porque não existe limite para mim. Você pode dizer o mesmo? A vida é muito curta para julgar. Não é sua função dizer aos outros o que sentem ou quem são. Por que não dedicar todo esse tempo a si mesma? Não sei quem você é, mas posso garantir que tem algumas questões que poderia trabalhar. Talvez você tenha um corpo bonito e um rosto perfeito, mas aposto que se sente insegura e não conseguiria ficar só de biquíni roxo na frente de toda a escola. Quanto aos outros, lembrem-se: ALGUÉM GOSTA DE VOCÊ. Grande, pequeno, alto, baixo, bonito, comum, simpático, tímido. Não deixe ninguém dizer o contrário, nem você mesmo. Principalmente você mesmo.
Jennifer Niven foi criada em Indiana e desde 2000 passou a se dedicar à escrita em tempo integral. Ela é de três livros de não ficção – The Ice Master, Ada Blackjack e The Aqua Net Diaries – e um livro de memórias sobre suas experiências no ensino médio. Escreveu ainda uma série adulta chamada Velva Jean, composta por quatro livros: American Blonde, Becoming Clementine, Velva Jean Learns to Fly e Velva Jean Learns to Drive. Apesar de ter sido criada em Indiana, hoje vive com o noivo e três gatos em Los Angeles, seu lugar preferido para andanças.
Aqui no Brasil, a Editora Seguinte publicou em 2015 o livro Por Lugares Incríveis, o primeiro da autora voltado para o público jovem adulto. O livro fez tanto sucesso que garantiu uma visita da autora à Bienal do Livros de São Paulo em 2016.
Para mais informações, acesse jenniferniven.com, ou encontre-a no Facebook.
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Veja os Comentários
Oi, bom dia,
Estou com o meu livro aqui na estante e já estava curiosa com esta estoria, agora depois da sua resenha fiquei mais empolgada em ler.
Adoro ouvir suas opiniões.
Boa quarta-feira!
Beijos
Dani
Oi, Dani.
Espero que faça uma leitura tão gostosa quanto a minha!!!
Beijos
Ei Camis,
Resenha linda.
Esse livro foi resenhado lá no blog pela Lu, ai eu acabei não lendo. Mas desde q ela postou, estou com vontade de pegar emprestado para ler. Vou fazer isso rs.
bjs
Oi, Nanda.
Quando tiver um tempinho (eu sei que é quase impossível!), dê uma chance a esse livro!
Ele é lindo!
beijos
Oi Camila, tudo bem com você?
Eu já li esse livro e achei a história belíssima e muito bem construída. A primeira vez que eu ouvi sobre prosopagnosia foi em um episódio da série Criminal Minds, mas não tinha prestado muita a atenção no nome em si. Quando li esse livro, acabei indo pesquisar algumas coisas sobre ela e achei bem interessante.
Parabéns pela sua resenha!
Bjkas
Oi, Carol.
Eu me lembro desse episódio também! Rs...
Na época não dei muita bola, mas depois desse livro fui fazer algumas pesquisas e descobri que é uma doença mais comum do que eu imaginava!
Que coisa...
beijos
Camis!
Bom ver uma personagem que apesar de todo preconceito consegue ter personalidade forte e seguir em frente e mais, encontrar alguém que também sofre de preconceito (por outro motivo) e ambos acabarem se entendendo e construindo um relacionamento que fará bem para os dois.
“Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes.” (Paulo Freire)
Cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DE JULHO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
Oi, Rudy.
Estou até agora impressionada com a força demonstrada pela Libby!
beijos
Olá, Camila!
Li numa resenha desse livro no blog Viagem Literária que o Brad Pitt tem prosopagnosia, a condição de Jack em Juntando os Pedaços. Logo que li isso pensei em várias coisas. Uma delas é, além de todas as fofocas e rumores que houveram na época, as separações de Jennifer Aniston e Angelina Jolie podem também terem como motivo não suportarem mais essa condição, pois deve realmente ser duro não poder reconhecer sua esposa e não ser reconhecida, mesmo sendo amada deve doer muito. Ah, meu lado fã de Doctor Who disse que isso vem bem a calhar quando no filme Guerra Mundial Z, o Brad contracenou com um tal de Peter Capaldi! Realmente não deve ter tido aquele momento ao ver a série de "Acho que conheço esse sujeito!".
Mas fora desse contexto, a Jennifer mostrou o quanto nós podemos prejudicar os outros para nos sentimos superiores e não vemos o outro lado. Essa sua comparação com o lixo me lembrou até um video que vi no Mais Você em que uma mulher joga seu entulho na caçamba do vizinho, sem a autorização dele, e é realmente assim que nós fazemos com os nossos podres! E quando duas pessoas que são alvos desses lixos dos outros se encontram, elas se tornam mais fortes porque se entendem e entendem tudo o que passaram e acabam se tornando mais fortes contra as opiniões dos outros.
Um abraço!
Oi, Lê.
Essa informação sobre o Brad Pitt tem no livro, mas não sei se é verdade!
Confesso que fiquei com certa preguiça de confirmar! Rs...
Mas se for verdade, deve ser beeem difícil para ele trabalhar com isso...
beijos
Olá!
Estou doida para ler esse livro e Por lugares incríveis.
A autora aborda temas bem importantes e que me atraem muito. Parece ser uma leitura fluida e sensível
Quero muito ler!
Beijos
Oi, Natali.
Também estou doida para ler o Por Lugares Incríveis!
beijos
Eu só tinha visto uma resenha deste livro, e ela era bem negativa :( Mas confio mais na sua e agora quero muito ler este livro!!
Ontem deixei meu pâncreas na Amazon, acho que não custa deixar um rim. Vou lá!
Bjks
Oi, Lelê.
Sério que encontrou uma resenha negativa desse livro?!
Que pena! Achei adorável!!
Nem me lembra... Gastei bastante no Amazon Day, mas valeu a pena!!
beijos
Hey, Camis!
Eu ando tão enjoada desses YAs onde alguém sempre tem uma doença. Aliás, ando enjoada de YAs no geral. Eu tô ficando muito chata pra leituras, pior a cada ano.
Por ora não tenho vontade de ler esse livro, não. Um dia, talvez.
Beijocas!
Oi, Sandra.
Eu entendo perfeitamente essa sensação.
Parece que com o tempo vamos ficando mais exigentes e quanto mais lemos, menos as histórias nos surpreendem.
Andei meio de saco cheio de YA's, mas agora estou retomando o gosto!
Quem sabe uma boa pausa não te faça bem?!
Beijos
Acho que foi esse livro que me deixou mais curiosa até agora. Nunca ouvi falar dessa doença...que triste!! Mas do jeito que você falou, parece mesmo muito interessante!
Beijos, Camis!
Oi, Vivi.
Esse livro é muito fofo!
Vale a pena conhecer a história desses dois adolescentes!
beijos