Autor(a): Cristina Norton
Editora: Casa da Palavra
Ano: 2014
Páginas: 304
Tradução: não informado
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Não sei se já comentei com vocês aqui, mas um dos meus gêneros literários predileto é o do Romance Histórico. Eu adoro histórias que misturam ficção e realidade, que trazem para o mundo literário personagens da nossa História. Sempre que posso tento ler um livro assim e é por isso que fiquei muito animada quando vi esse livro no catálogo da Casa da Palavra, selo da Editora Leya. Recebi um exemplar digital do livro e me entreguei de cabeça à leitura.
“O Segredo da Bastarda” é um romance baseado em fatos reais. A autora Cristina Norton, nascida na Argentina e portuguesa por opção, passou cinco anos pesquisando sobre a vida de Eugênia de Menezes, neta do Marquês de Marialva e dama de companhia de Carlota Joaquina. Durante 200 anos a história de Eugênia de Menezes e sua filha foi assunto proibido por ordem régia em Portugal e se dependesse do mau gênio de Carlota Joaquina, Eugênia de Menezes teria sido assassinada pela traição cometida…
Mas calma… Vamos devagar com o andor, senão a Santa reclama!
Eugência de Menezes era filha de Maria José de Cavalleiros e Rodrigo de Menezes. Seu nascimento foi recebido na Casa do Arco – residência dos Menezes – com muita alegria, já que era a primeira menina depois de três garotos. Por tal motivo Eugênia se tornou a queridinha da família. Eugênia era muito inteligente e seus pais permitiram que ela estudasse. Durante sua infância passou alguns anos no Brasil, mas foi em seu retorno a Portugal que teve início sua desgraça.
Por sua linhagem nobre e por ter quase a mesma idade de Carlota Joaquina, Eugênia é levada ao palácio para passar um tempo com a princesa e acaba por gozar de sua confiança e cumplicidade. Carlota Joaquina tem um gênio muito ruim e sobra para Eugênia tentar acalmá-la, mas isso não é nada fácil. Conforme vai envelhecendo, Eugência se torna uma mulher bonita e atraente. Muitos homens se interessam por ela, mas Eugênia não tem o menor interesse em se casar. E assim Eugênia acaba optando por se tornar dama de companhia da princesa.
Mas sua presença no palácio real acaba despertando o interesse de D. João VI, que levava uma vida miserável ao lado de Carlota Joaquina. A princesa não fazia a menor questão de disfarçar que tinha amantes e fazia o possível e o impossível para atormentar a vida do marido. Tudo o que ela queria era dar um jeito de se livrar da sogra e do marido para governar Portugal! E com uma esposa assim, não é de se admirar que D. João também pulasse a cerca.
Obviamente não vou contar como as coisas acontecem, mas Eugênia acaba grávida do príncipe e assim que Carlota Joaquina descobre, coloca a cabeça da moça a prêmio. Eugênia se vê obrigada a fugir para salvar não só a sua vida, mas a vida da filha bastarda que carrega em seu ventre.
E toda essa história nos é contada por 3 narradores diferentes. A primeira narradora é ninguém menos que Nossa Senhora, que faz pequenas observações durante toda a trama. A segunda narradora é a própria bastarda – Eugênia Maria – já no auge de seus cinquenta e seis anos. Eugênia Maria está na Ilha da Madeira junto com sua filha, Isabel Maria. A menina está doente e Eugênia Maria resolve lhe contar sobre a vida de sua mãe, sobre sua infância e sobre o segredo que a manteve longe de Portugal! Por fim temos o narrador principal, que é apenas observador e que nos conta tudo o que de mais importante acontece na vida de Eugênia de Menezes.
Com tudo isso, já dá para perceber que o livro tem uma estrutura diferente. É preciso ter muita tranquilidade e concentração. Decididamente não é uma leitura fácil e tampouco fluída. Senti que o ritmo da história foi excessivamente lento e são tantas as desgraças na vida de Eugênia que precisei fazer várias pausas na leitura para digerir melhor a história.
O livro é muito bem escrito e o trabalho de pesquisa da autora é impecável. Não encontrei erros, o que mostra que o trabalho de edição foi muito bem feito. Minha versão digital funcionou perfeitamente no e-reader, ainda que o meu aparelho não seja das marcas mais comuns aqui no Brasil.
Mas… é importante dizer que esse não é um livro fácil de ler e não me sinto à vontade de recomendar para todo mundo. É preciso gostar desse gênero e ter muita paciência. Muitos leitores acabam se acostumando com livros repletos de ação e dinamismo e podem sentir dificuldade com esse livro.
É por isso que eu sempre recomendo que vocês pesquisem mais sobre um livro antes de comprá-lo e se possível, leiam o primeiro capítulo para sentir o clima do livro!
Também gosto de romances históricos e esse parece bem interessante, mas a primeira narradora…é Nossa Senhora?? Como assim?? rsrs
Oi, Vi.
É isso mesmo. Ela é a madrinha da Eugênia e faz vários comentários durante a narrativa.
São pequenas participações, mas é interessante!
Beijos
Eu não tenho paciência para coisas histórias pelo vocabulário e por ser meio lento, esse parece ser legal, mas por ser lento deve ser muito cansativo
Oi, Bia.
O livro pode ser cansativo se você não tiver paciência mesmo!
Beijos
Gosto muito de romances, mas geralmente quando são históricos não me agradam.
Gostei da resenha, e até me deu uma vontadinha de ler 😡
Parabéns pelo blog, pretendo acompanha-lo sempre agora.
Oi, Michelle.
Não sei se eu deixei bem claro na resenha, mas esse é um típico romance histórico, que não se confunde com romance de época (histórias de amor que acontecem no passado) rs!!!
Beijos
Ei Mila
Gosto de históricos, mas não sei se é muito meu estilo, fico sem paciência com tramas muito lentas.
bjs
Oi, Nanda.
As tramas costumam ser mais lentas mesmo!
Beijos
Camis, me interessei muito pelo livro! Vou ficar de olho pra comprá-lo assim que puder! Muito obrigada pela resenha maravilhosa =D
Um beijo!
Oi, Nina.
Esse livro é bem interessante para quem curte romances históricos e pelos livros que vejo você resenhar, acho que vai gostar sim!!!
Beijos