Título: A Diferença Invisível
Autor(a): Julie Dachez
Ilustrações: Mademoiselle Caroline
Editora: Nemo
Ano: 2017
Páginas: 192
Tradução: Renata Silveira
Sinopse: AQUI
Download do 1º Capítulo: AQUI
Onde Comprar o livro: Amazon, Livraria Cultura, Saraiva, Fnac, Submarino, Buscapé
Onde Comprar o E-Book: Amazon (Kindle), Livraria Cultura
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No mês de agosto, tivemos mais um encontro do Clube do Livro do Grupo Autêntica e o livro tema foi “A Diferença Invisível“, uma graphic novel publicada pelo selo Nemo. Recebi um exemplar do livro para poder mediar o evento e, como sempre faço, deixei para ler a história somente na semana do encontro! E sei lá porque, comecei a ler essa história sem ter lido a sinopse, o texto da quarta capa ou qualquer informação a respeito dele. Então, não tinha ideia do que esperar!!
Sobre o que é “A Diferença Invisível”?
“A Diferença Invisível” conta a história de Marguerite, uma francesa de 27 anos, bonita, inteligente, que trabalha em uma grande empresa e que mora com o namorado. Vendo assim, Marguerite parece ser exatamente como as outras pessoas, mas não é! Marguerite sabe que tem alguma coisa diferente com ela, só não sabe exatamente o que!
Todos os dias, Marguerite tem a mesmíssima rotina. As mudanças não são bem-vindas! Além disso, Marguerite não se sente confortável com as iterações sociais, nas gosta de festas e nem de jogar conversa fora. Ela não vê problema algum em ficar em casa com seu cãozinho e com seus gatos. Claro que seu namorado reclama porque ela nunca topa sair com ele, mas Marguerite não se sente bem com festas, viagens e gente nova!
Cansada de todas as reclamações das pessoas ao seu redor, Marguerite decide fazer algumas pesquisas e descobre que não está sozinha no mundo!! Aos poucos ela percebe que todas as suas “esquisitices” são, na verdade, sintomas do Transtorno do Espectro Autista – a Síndrome de Asperger. A partir daí, a vida de Marguerite muda completamente!!!
O que esperar desse livro?
“A Diferença Invisível” é uma graphic novel simples e ao mesmo tempo forte, que levanta a discussão sobre a normalidade e sobre a dificuldade que as pessoas tem de aceitar as diferenças!
Comecei a ler esse quadrinho sem ter ideia do que se tratava e no início tive bastante dificuldade de lidar com a Marguerite. Sem saber que suas ações eram representativas da Síndrome de Asperger, fiquei com a impressão de que a Marguerite era meio esnobe e até mesmo egoísta. Senti pena do namorado e dos colegas de trabalho, que tentavam se aproximar dela, mas eram sempre rejeitados… Me incomodei com o fato dela achar que a conversa das pessoas ao seu redor não passavam de blá-blá-blá…
Mas então, no momento em que descobri, junto com a personagem, que ela tinha Síndrome de Asperger, tudo se encaixou e passei a ver com outros olhos suas atitudes!! Ela não rejeitava as pessoas e nem se achava melhor que elas… Marguerite simplesmente não conseguia lidar com as iterações sociais! Ela não se isolava nas festas por achar que os papos eram fúteis ou idiotas, mas sim não conseguia lidar com as conversas!!
E foi então que o livro mudou completamente aos meus olhos e passei a entender não só a Marguerite, mas também as pessoas ao seu redor. Enquanto ninguém conhecia o problema dela, era normal que as pessoas estranhassem seu comportamento ou até mesmo se colocassem na defensiva diante de suas recusas e sua sinceridade extrema! Mas a partir do diagnóstico de Marguerite, foi duro ver a reação de algumas pessoas que passaram a achar que ela era mentirosa, ou daquelas que deveriam ajudar mas viravam as costas!!
Assim como “Não Era Você Que Eu Esperava“, que trata da Síndrome de Down de uma forma linda e emocionante, “A Diferença Invisível” nos chama a atenção para o Autismo e sobre todos os desafios que os portadores da Síndrome de Asperger precisam enfrentar diariamente!!
Com um roteiro simples e desenhos extremamente evocativos, “A Diferença Invisível” é uma graphic novel que deveria ser lida por todo mundo! Mais do que tudo, essa história nos ensina a respeitar as diferenças, mesmo que elas sejam invisíveis aos olhos!!
Sobre as autora e seus outros livros…
Julie Dachez é diagnosticada com um tipo de autismo (a síndrome de Asperger) aos 27 anos. Um diagnóstico tardio, que ela converte num trampolim para uma nova vida. Ela deixa de fingir, de aceitar um cotidiano que não é para ela e decide viver plenamente sua vida, com suas forças e suas fraquezas. Em A diferença invisível, ela conta seu percurso, mas também fala da diferença – no sentido amplo do termo –, de respeito, de tolerância, de aceitação de si mesmo. Seu blog Émoiémoietmoi é acompanhado por um grande número de autistas e profissionais da saúde.
Mademoiselle Caroline nasceu em Paris e vive na Haute-Savoie. Ela é autora de vários álbuns humorísticos e autobiográficos: Quitter Paris e Je commence lundi (City). Em 2013, ela publicou Chute libre, carnets du gouffre (Delcourt), um relato sobre suas três depressões, que suscitou um grande interesse da mídia e dos leitores. Ela desenhou também Touriste com Julien Blanc-Gras no roteiro (Delcourt) e, mais recentemente, publicou Enceinte ! C’est pas une mince affaire e Le mariage pour les nuls en BD (Delcourt).
E para vocês sentirem um pouco do gostinho dessa história maravilhosa, deixo aqui o booktrailer do livro, feito pela Editora Nemo:
Amei a resenha! Amei o evento! Amei tudo! Acho que trarei este da bienal ♥
Bjkssssss
Obrigada, sua linda!!!
Beijos
Camis!
Acho importante livros que abordam os temas como autismo e Síndrome de Asperger, ainda mais quando é em quadrinhos, porque pode abranger um público maior e trazer um entendimento melhor através das ilustrações.
Desejo uma semana mais que tranquilo e abençoado!
“Deus com Sua infinita Sabedoria, escondeu o Inferno no meio do Paraíso para que nós sempre estivéssemos atentos.” (Paulo Coelho)
Cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DE AGOSTO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
Oi, Rudy!
Estou amando esses quadrinhos da Nemo, que tratam de temas tão importantes!!
beijos
Olá, Camila!
Tenho um irmão que é autista, e muito do que Marguerite passa, ele também passa, só que numa forma mais grave, como se estivesse em seu próprio mundo e que só através de elementos desse mundo é que conseguimos falar com ele. No caso dele, é um diagnóstico já fechado e que sempre lidamos com as dificuldades e também as alegrias que ele trás com cada superação sua.
Curiosamente, muitos dizem que eu tenho uma forma branda de autismo, já que não sou muito de sair com os outros e prefiro ir sozinha a muitos lugares (mesmo com meus pais com medo de me deixar ir sozinha), mesmo que também consiga interagir com outras pessoas por aí. Não tive um diagnóstico sobre isso, mas às vezes penso que não tenho o autismo exatamente por conseguir interagir com os outros, mas esse livro mostra alguém, com idade próxima da minha e que consigo me identificar, mesmo não sabendo se sou mesmo autista ou não. Então, já penso em levar ele na Bienal por curiosidade!
Um abraço!