Tessa Dare – Uma Noite Para Se Entregar

Título: Uma noite para se entregar

Série: Spindle Cove #1

Autor(a): Tessa Dare

Editora: Gutenberg

Ano: 2015

Páginas: 286

Tradução: A. C. Reis

Sinopse: Skoob

Download do 1º Capítulo: AQUI

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Apesar de sempre ter sido uma leitora compulsiva, durante anos eu fui muito preconceituosa com certos tipos de livros e até mesmo julgava alguns gêneros sem conhecer. Um tipo de livro que  foi alvos das minhas críticas era o chamado romance de bancas… Tive a oportunidade de ler alguns deles quando era adolescente, mas eram ruins demais, cheios de baixaria e com histórias medíocres. Todas as histórias que eu via se passavam por volta de 1700 ou 1800 e tudo era sempre igual. Acreditei que todos os romances de banca eram toscos daquele jeito e simplesmente excluí o gênero da minha lista de futuras leituras…

Os anos se passaram, criei o blog e aos poucos comecei a perceber que os romances de banca estavam ganhando destaque, com novas edições, novas capas, um novo formato e histórias muito mais longas e elaboradas. E de repente todo mundo passou a chamá-los de romance de época e os livros passaram a ser vendidos nas livrarias!!! E eu comecei a pensar: “Como assim?! Aquela tipo medonho de história fazendo tanto sucesso?”

Eu continuava me recusando a dar uma chance aos livros, mas aos poucos comecei a ler resenhas de amigas e conferir as sinopses desses livros. Foi então que percebi que os romances de época não eram nada do que eu imaginava e que finalmente tinha chegado a hora de deixar os preconceitos de lado… Timidamente comecei a encaixar alguns romances de época na minha lista de leitura e tive algumas experiências razoáveis… Comecei a comprar alguns livros que minhas amigas falaram que eram ótimos, mas ainda não tinha pegado nenhum livro que me fizesse dizer: “Desculpe, eu estava completamente errada!” Rs…

Em abril desse ano, ganhei um exemplar de “Uma Noite Para se Entregar” da Editora Gutenberg e coloquei ele na estante. Não tinha intenção de ler naquele momento. Mas então, no finalzinho do mês de julho recebi uma prova de “Uma Semana Para se Perder”, o segundo livro da série, e decidi que precisava encarar a leitura! O resultado? Conto já…

“Uma Noite Para se Entregar” conta a história de uma pacata vila inglesa, na região de Sussex , chamada Spindle Cove. Próxima ao litoral e com um clima ameno, Spindle Cove se tornou um reduto para mulheres que precisam recuperar a saúde, ou simplesmente fugir de uma sociedade na qual elas não se encaixam. A “líder” do lugar é Susanna Finch, a única filha do conselheiro real Sir Lewis Finch. Susanna é uma mulher alta, ruiva e cheia de atitude, que nunca teve a menor vontade de se casar e ser obrigada a atender aos caprichos de um marido. Para ela, as mulheres devem ser independentes e fazerem o que tem vontade! É por isso que Spindle Cove é um lugar tão importante e ela o defenderá com unhas e dentes. A boa reputação da vila é fundamental para que as famílias confiem em mandar suas jovens. Susanna acredita que em Spindle Cove as mulheres podem ser elas mesmas, desenvolverem seus talentos e até mesmo aprenderem a se defender.

A vida em Spindle Cove é bem tranquila, mas a chegada do tenente coronel do exército britânico Victor Bramwell, acompanhado do cabo Thorne e de seu primo, o Lorde Paine, ameaça acabar com essa paz. Bramwell dedicou sua vida ao exército, mas um ferimento no joelho o tirou da frente de batalha. Tudo o que ele mais quer é voltar ao comando de seu regimento e, para isso, precisa de uma boa recomendação de Sir Finch. O problema é que Sir Finch tem outros planos para Bramwell… Ao invés de voltar ao comando de seu regimento, Bramwell recebe o título de lorde, ganha um castelo em ruínas e tem como missão arregimentar homens e formar uma milícia em Spindle Cove.

A chegada desses nobre soldados deixa a mulherada de Spindle Cove agitada. Algumas até pensam que essa é uma oportunidade para conseguir um bom casamento. Mas Susanna enxerga de longe a ameaça. O primeiro encontro de Susanna e Bramwell é literalmente explosivo e a partir daí eles vivem batendo de frente. Bramwell está decidido a transformar os poucos homens da região em soldados e Susanna só quer de volta a paz e harmonia que ela tanto se esforçou para conseguir.

E obviamente o livro não teria graça se esses embates dos dois não se transformasse numa paixão arrebatadora, né?! Toda aquela raiva inicial que sentem um pelo outro acaba se revelando uma atração irresistível e fica cada vez mais impossível disfarçar. Susanna sabe que esse relacionamento pode ser a sua ruína e também acabar com a reputação de Spindle Cove, mas ela não consegue resistir. Bramwell sabe que não deve ser envolver com a filha de Sir Finch e que precisa mostrar serviço, mas as coisas não saem como o esperado. E então, quando o destino apronta com os habitantes de Spindle Cove, homens e mulheres decidem trabalhar juntos para o bem comum!!

O resultado disso é uma história divertida e romântica, além de ter muita classe. Os personagens são bem construídos e essa é uma história que dá gosto de ler. Não imaginava que isso pudesse acontecer, mas eu ri alto em alguns momentos. Uma das coisas mais bacanas é o fato de que a autora não se limita a contar a história dos protagonistas. Ela criou personagens secundários muito interessantes, que imagino que se tornaram os protagonistas nos próximos volumes da série! Minha personagem preferida é, sem dúvida, a Minerva. A garota é meio nerd, mas é destemida e defensora de suas crenças e ideais.

Outro ponto muito positivo é que a autora ambienta a história em 1813, mas não usa expressões cansativas ou palavras que obrigam a gente a recorrer a um dicionário. O texto é bem trabalhado, sem ser cansativo e é de fácil entendimento sem ser muito moderno. Tudo flui muito bem e a leitura se torna prazerosa.

Curti muito essa leitura e na mesma hora já me empolguei em ler a continuação. Se todos os romances de época atuais forem assim, então perdi muito tempo sendo uma preconceituosa boba!! Eu adorei e só lamento não ter começado a ler o gênero com mais afinco antes!! rs…

Tessa Dare me pegou de jeito e hoje tenho que assumir: Eu estava errada e romances de época podem ser sim livros muito bons!!