Título: Brasyl

Autor(a): Ian McDonald

Editora: Saída de Emergência

Ano: 2015

Páginas: 416

Tradução: Fábio Fernandes

Sinopse: Skoob

Download do 1º Capítulo: AQUI

Onde Comprar o livro: Amazon, Livraria Cultura, Saraiva, Submarino, Buscapé

Onde Comprar o E-Book: Amazon (Kindle), Livraria Cultura, Saraiva

***

No primeiro semestre desse ano participei de um evento das Editoras Arqueiro e Saída de Emergência em comemoração ao “Dia da Toalha” ou “Dia do Orgulho Nerd”, que aconteceu na Livraria Cultura do Shopping Boubon aqui em São Paulo. Nesse evento foram apresentados alguns dos lançamentos das editoras para os meses seguintes…

Um dos destaques dessa apresentação foi o livro “Brasyl”, do premiado escritor de ficção científica Ian McDonald. Pelo o que pude entender o livro seria composto por três histórias distintas passadas no Brasil, mas cada uma com um protagonista e em uma época diferente…

Só isso já serviu para atiçar minha curiosidade. Fiquei interessada em saber qual a visão de um escritor estrangeiro sobre o Brasil e por isso, assim que o livro ficou disponível, pedi um exemplar pela parceria. Tão logo meu livro chegou, foi direto para a fila de próximas leituras. Eu estava super animada e queria ler o livro logo!

Mas então, bastou começar a leitura para minha empolgação ir toda pelo ralo. Antes mesmo da página 50 eu já estava pensando em desistir e abandonar o livro! Pois é… Foi decepcionante!! Só que eu não sou leitora de abandonar leitura por aí… Sou daquelas que respira fundo, escolhe uma boa posição, abre uma coca-cola e se joga na leitura, por mais difícil que ela seja! kkkkk

Pela minha experiência, alguns livros realmente não começam bem, mas podem ter um momento da virada, algum tipo de acontecimento surpreendente que torna a leitura excelente! Então vai que… Talvez esse fosse um livro desse tipo….

Mas antes de dizer se o livro melhorou ou não, deixa eu tentar explicar do que ele se trata…

“Brasyl” é dividido em 3 histórias, cada qual com seu protagonista, em um determinado lugar no Brasil e em um determinado ano. Os capítulos se alternam entre cada uma dessas histórias e assim os leitores vão acompanhando a evolução de cada uma delas até o momento em que elas se ligam de alguma forma…

A primeira protagonista é Marcelina, que vive no Rio de Janeiro no ano de 2006. Ela é uma produtora de Tv do Canal Quatro que sonha em emplacar um programa de sucesso… A concorrência entre os canais é acirrada e ela precisa criar algo novo e escandaloso se quiser se manter num bom cargo na emissora… E sua vida pessoal também está precisando de um pouco de estímulo. Suas aulas de capoeira tem sido o auge de animação social! Marcelina gosta de explorar a miséria humana, a pobreza, o sofrimento, a violência… Para ela não há limites morais, desde que a audiência seja alta! E finalmente ela teve uma boa ideia para  um reality show: Marcelina vai tentar descobri o paradeiro de Barbosa – o goleiro da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1950 – e colocá-lo sob julgamento popular em rede nacional…

O segundo protagonista é Edson, o ano é 2032 e o cenário é a cidade de São Paulo. De dia Edson é um empresário de celebridades e seu sonho é deixar para trás sua vida pobre da favela! De noite ele se assume como Efrim, coloca um vestidinho justo, seus incríveis saltos altos e vai curtir a noite… Um belo dia ele acaba se envolvendo com o perigoso mundo da computação quântica e conhece Fia, por quem se apaixona perdidamente. Mas então Edson se vê perdido entre realidades paralelas e de uma hora para outra vai ter que fugir para salvar a própria vida!!!

O terceiro personagem em destaque nessa história é o padre Luis Quinn, um missionário jesuíta no século XVIII que viaja pelas profundezas da Floresta Amazônica em uma missão: ele precisa encontrar um padre renegado que criou sua orópria comunidade e está afrontando a Igreja Católica. A viagem do padre Luis não será nada fácil, mas os maiores desafios não serão as precárias condições do transporte ou os obstáculos naturais e sim os questionamentos de fé e de sua própria realidade!!!

O livro tem uma estrutura interessante : cada capítulo traz uma parte da história de cada um dos personagens, como se fossem subcapítulos…

 

Conforme as histórias desses três personagens avança vamos descobrindo que tudo está interligado pela física quântica e pelos conceitos de realidades paralelas. E a menira como tudo se desenvolve é até bem inteligente, mas muito maçante na minha opinião!

Pois é… Minha impressão inicial do livro não mudou: achei o livro chato do começo ao fim! E eu bem que me esforcei e até entendi bem a proposta do autor, mas não  consegui me envolver com os personagens, que chegam a ser bem desagradáveis.

O que mais me incomodou, no entanto, foi o fato do autor ter demorado demais para trazer à tona o tema central da história. Quando comecei a ler o livro, eu imaginava que o autor tinha escrito uma história que se passava no nosso Brasil, no Brasil de verdade, da nossa realidade… E foi pensando assim que comecei a ver uma porção de defeito, várias coisas que não condizem com a nossa realidade, nem com nosso dia-a-dia, nem mesmo com a nossa legislação –  e sim, como advogada eu reparo nessas coisas. Rs!

Sei que alguns vão dizer que os autores tem liberdade de misturar ficção com a realidade e até acho isso interessante, mas é preciso ter cuidado para que não acabe parecendo falta de pesquisa ou até mesmo erros grosseiros….

Não sei se isso ficou claro, então deixa eu tentar me explicar melhor com exemplos: logo na primeira página do livro a Marcelina compra um carro  que foi removido por um guincho particular e cujo dono nunca apareceu para buscar… Mas no Brasil não existem guinchos particulares  que ficam com os carros. Isso existe nos Estados Unidos e não aqui… E mais, ela pretende usar esse carro como isca para bandidos, o que mais uma vez é coisa de americano, mas no Brasil não pode ser feito. Então isso é misturar ficção com realidade ou falta de pesquisa?! Rs…

Lógico que peguei um exemplo exagerado porque 99% dos leitores não sabem desses detalhes e nem precisam saber…. Só usei esse exemplo porque ele está na primeira página e não pode ser considerado um spoiler de forma nenhuma!!  kkkk

O ponto é que alguns pequenos detalhes como esse foram me enlouquecendo ao longo da leitura e por isso a minha experiência foi ruim…. Minha experiência, viu?!  O livro já foi super elogiado e tem muita resenha falando bem do livro em alguns sites, então é gosto mesmo…

 

Camila - Leitora Compulsiva

Veja os Comentários

  • Oi Camis, lembro que também fiquei interessada neste livro, mas não cheguei a pedir o exemplar de cortesia. Uma pena que você tenha se decepcionado, é tão chato quando estamos empolgadas e vem um balde de água fria.
    Bjs, Rose.

  • Ei Camis

    Nunca tinha ouvido falar e pelo jeito não perdi nada hahaha. Eu já não leria pq não gosto de contos, e depois dessa resenha estou fora rs.
    bjs

    • Oi, Nanda.
      O livro não é de contos, é uma história bem longa na verdade!
      Mas fiquei incomodada com tantas coisas que a leitura não compensou!!
      beijos

  • Olá, Camila!

    Como você bem falou, o livro foi muito elogiado por aí, e para quem curte ficção científica e ama mexer com possibilidades em outro universos, até mesmo no futebol, vai gostar.
    Me lembro que li a resenha desse livro no Menina da Bahia, e o Albarus, que foi quem resenhou esse livro, elogiou muito a parte da pesquisa feita para que a trama parecesse real, mesmo que mexesse com realidades paralelas e tudo que isso possa mexer. Então penso que se houve essas irregularidades, é porque a pesquisa do autor foi mais baseada no lado ético-moral da nossa população do que em legislação, e que o autor, na parte de legislação, se deu uma maior liberdade poética. Afinal, só advogado teria paciência de traduzir a Constituição para o inglês para poder tornar a trama mais real...
    Ah, só na sua resenha é que falou o nome do canal de TV que trabalha a Marcelina, e graças a isso percebi uma coisa: No sistema de transmissão UHF no Rio de Janeiro, onde vive a Marcelina na trama, a Globo é sintonizada no canal 4, o mesmo do nome do canal fictício. Como a Globo também tem canais no exterior (incluindo a Inglaterra de Ian McDonald), penso que foi um jeito de dar uma "cutucada" na emissora (e em todas as outras, porque não?), mas sem citar nomes ou gerar brigas internacionais.
    Alias, quem nunca pensou em fazer o mesmo que a Marcelina quis fazer na TV com muitos carrascos do futebol além do Barbosa?

    Um abraço!

    P.S.: No meu computador, a foto com os nomes dos capítulos apareceu muito grande, sendo até coberta com os detalhes da lateral do blog. Ah, adorei do lance que o Ian nomeou os capítulos com Nossa Senhora de..., fazendo uma referencia a devoção que muitos brasileiros tem em relação a Nossa Senhora e todas as suas variantes (Aparecida, de Fátima, de Lourdes, etc.) mas de forma tão irônica quando o nosso "Nossa Senhora da Querupita!".

    • Oi, Lê.
      Eu li essa resenha do Albarus e a sensação que tive foi a de que não lemos o mesmo livro.
      Usei de exemplo um negócio jurídico, mas as coisas que me incomodaram foram muito além disso. Acho que ele não passou nem perto de traduzir bem a realidade brasileira. Talvez ele tenha tido mais sucesso com o lado carioca da história, mas o lado paulista deixou demais a desejar!! Aqui em São Paulo não temos a cultura do morro como existe no Rio...
      Sobre o canal, não acho que ele usou isso para criticar não! Aqui em São Paulo o canal 4 sempre foi o SBT, então isso não tem muito a ver não! rs...
      Mas achei a pesquisa bem fraca mesmo!
      Gosto de histórias mais pé no chão! rs....
      Beijos

  • Oi Camila !
    Juro que quando vi o título Brasyl pensei -- Ah moleque agora sim os estrangeiros vão ver nosso país de verdade , mas depois que li sua resenha fiquei meio que sem emoção , achei mais interessante a estória só do Padre , acho que é porquê me interesso por estudar religiões nos séculos passados , mas eu não compraria este livro com certeza . Mas é uma pena que você não gostou do livro =/
    Beijos !

    • Oi, Lê.
      Eu fiquei com uma impressão ruim desse livro, mas algumas pessoas gostaram.
      Acho que vai do estilo de cada um!
      Beijos

  • E o livro caiu bem na mão de uma advogada brasileira! hahaha! Bom, eu amei a capa, mas pelo visto a história ia encher mesmo...como sempre: não julgue um livro pela capa! rsrsrs
    Beijos!

    • Oi, Vi.
      Que zica, né?! Pior é que eu não consegui relaxar e aproveitar o livro.
      Já li resenhas de pessoas que acharam o livro sensacional e que acreditam que o autor retratou com perfeição a nossa realidade.
      Cada vez mais eu acho que sou de outro planeta! kkkk
      beijos

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Camila - Leitora Compulsiva

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