(DRD) Isaac Marion – Sangue Quente

Comprei esse livro em maio de 2011 e só agora encontrei um tempo para ler o coitado! E por que agora? Por dois bons motivos… O primeiro deles é que o filme baseado nesse livro – “Meu Namorado é um Zumbi” – entrou em cartaz e fiz questão de ler o livro antes de ir ao cinema. O segundo bom motivo é que o item nº 14 do Desafio Realmente Desafiante propunha um livro de zumbis. E nada como poder ler um livro que já elimina dois “problemas” com uma única solução! rs…

E qual foi a minha experiência com esse livro? Um pouco estranha, para falar a verdade.

Eu não sou muito fã de histórias de zumbis, mas vi tão bons comentários sobre esse livro que achei que realmente fosse me apaixonar por ele. Por sorte o livro não tem nada muito nojento ou que dê tanto medo (sim, eu sou medrosa!), mas não gostei tanto quanto eu queria.

O livro conta a história de um mundo destruído, no qual os zumbis circulam livremente e as poucas pessoas que ainda restam estão presas dentro de complexos e tentando sobreviver.

R é um desses zumbis, que assim como os outros anda por aí se arrastando, balbuciando palavras quase ininteligíveis e caçando pessoas para comer. Para R, um bom dia é aquele em que ele consegue um cérebro fresquinho, que proporciona não só uma boa refeição, mas também o permite curtir um pouco dos pensamentos e emoções daquele a quem o cérebro pertencia, já que ele mesmo não tem memórias sobre sua vida e nem ao menos sabe o seu nome ou quanto anos tem.

A casa de R é um velho avião, estacionado em um terminal de um aeroporto abandonado e ele vive rodeado de souveniers humanos. Opa…  deixa eu explicar isso direito… Não é que ele vive cercado de pedaços de pessoas, não! O que ele coleciona são alguns objetos que encontra em suas caçadas, como um velho toca-discos e alguns LP’s clássicos. Rs! Comparado aos outros zumbis, ele é um dos que está num estado de decomposição menos avançado e nem se compara ao Ossudos, os zumbis mais antigos que já não possuem mais nenhum traço de humanidade e são bem cruéis. Por mais incrível que pareça, R ainda se apega ao seu lado humano e tenta a todo tempo encontrar alguma ligação com sua “antiga vida”.

Então, num belo dia e bem no meio de uma caçada, R conhece a humana Julie e algo faz com que o zumbi decida protegê-la. Aos poucos, a convivência entre R e Julie vai modificando o zumbi e alimentando a esperança de que as coisas possam ser diferentes entre humanos e zumbis. R esconde Julie em seu avião e cuida dela, ao mesmo tempo em que “compartilha” certas memórias com o ex-namorado de Julie – Perry! A verdade é que na mesma caçada em que R conheceu Julie, ele também se alimentou bem e descolou um saboroso cérebro! rs…

Aos poucos vamos acompanhando as mudanças de R. As poucas palavras que ele é capaz de pronunciar começam a se transformar em frases maiores e passamos a perceber um despertar de emoções muito bacanas.

O livro todo é narrado sob o ponto de vista de R. Apesar dele ser incapaz de se expressar com mais clareza, seus pensamentos são muito ricos em detalhes. O problema é que o ritmo do livro, principalmente no começo, se parece com um arrastar zumbi. Acredito que essa tenha sido a intenção do autor: levar o leitor no mesmo ritmo de “vida” de R. A ideia é ótima, mas a leitura ficou um pouco chata para mim. Demorou muito para eu me apegar ao personagem e entender qual o caminho a história estava seguindo. Confesso que cheguei a cochilar em alguns momentos e acordava com o livro caindo no chão.

Mas, como eu disse, minha experiência acabou sendo estranha. Porque, apesar dessa morosidade, do sono que o livro me deu em alguns momentos e da falta de empolgação, ao final da leitura senti uma coisa boa. Não, não foi alegria por ter me livrado do livro!! Rs… A questão é que o livro tem uma mensagem muito bonita de esperança, capacidade de sobrevivência, crença na humanidade. Ao mesmo tempo os livros nos faz um alerta sobre o quanto podemos estar nos transformando em zumbis e nem nos damos conta.

Já pararam para pensar como existe uma geração inteira por aí que é capaz de se comunicar muito pela internet, mas mal conseguem sustentar uma conversa cara-a-cara?! Quantas pessoas passam boa parte do dia com suas caras enfiadas em computadores e smartphones, vivendo suas vidas sem viver exatamente?! As pessoas preferem ficar em casa e a falta de sol está deixando todo mundo meio pálido! Rs!!! A gente já não vê mais a criançada brincando na rua e exercitando os músculos…

É sério isso… Outro dia fiquei admirada ao observar um grupo de adolescentes e perceber que a maioria deles, mesmo em um grupo, estavam com olhares fixos em telas de celulares e com a boca aberta. Sinto dizer… mas ficar parado com a boca caída, meio aberta, é o primeiro sinal de que você está se tornando um zumbi! hahahahaha

Enfim… Vou parar com essas pirações e ir para o cinema ver o “Meu Namorado é um Zumbi”, que já fiquei sabendo que é bem diferente do livro!

Para terminar, deixo vocês com o trailer do filme…

Camila - Leitora Compulsiva

Veja os Comentários

  • Não sei se me animo para ler o livro, tb aproveitei para incluir ele no desafio, mas e a coragem de começar a ler que não vem? Já até pensei em substituir por outro livro d zumbis, sério rssss
    Gosto um pouco de histórias de zumbis e tal mas essa não me anima, sei lá, mas ainda assim acho que vou dar uma oportunidade pra ele uma vez que já o inclui na lista. Vamos ver como será.

    Beijocas

    • Oi Vivi,
      Eu não tinha outro livro de Zumbis na estante, então teve que ser ele mesmo.
      O "Louras Zumbis" eu já tinha lido e não tenho coragem de ler The Walking Dead" rs...
      Uma pena que o livro seja um pouco lento demais.
      beijos

  • Gostei do livro, mas não caí de amores por ele. Eu também esperava um pouco mais do livro devido as boas avaliações do mesmo na internet. A mensagem do livro é bonita mesmo, traz esperança.
    Realmente o pessoal tem se comunicado com os outros por seus tablets e smartphones, mesmo que a pessoa com quem se conversa esteja bem ao lado, rs, algumas vezes isso é engraçado, mas chega muitas vezes a ser deprimente, fico bem chateada quando vou conversar com uma pessoa e ela olha só pra tela do celular ao falar com vc, o tempo todo, e não olha uma vez nos olhos.

    • Oi, Eve.
      Você não sente que certas pessoas estão ficando meio zumbis mesmo?!
      Outro dia fui falar com uma moça numa loja e ela olhou para mim com os olhos arregalados e balbuciou um "Hã?!"...
      Achei melhor não ficar perto... Ela poderia querer comer meu cérebro! hehehe
      Beijos

      • Até os zumbis do The walking Dead estão mais "humanos" que algumas pessoas vagando por aí. Cansei de ver atendente de loja, com a cara em celular ou computador, responde "Hã?!" como vc mesma citou. Uma dica: demora uns 5 segundos para ela conseguir balbuciar alguma coisa coerente em resposta ao que vc perguntou, é que demora um pouco pra ativar o cérebro. Gosto muito de tecnologia e tudo mais, mas que tal lembrar que podemos "viver" um pouco mais na vida real? E cuidado com a moça, ela pode querer comer seu cérebro pra tentar entender o que vc está perguntando.

        • Isso é muito triste, né Evelin?!
          As pessoas estão se tornando zumbis e não se dão conta disso!
          É uma pena!!
          Beijos

  • Confesso que fiquei com um medinho do livro >< hahahahahahaah Porque ninguém merece história que dá sono, né?!
    Eu também listei esse livro no DRD e é o único que irá me fazer riscar o item de zumbis... então é quase certeza que irei lê-lo esse ano - daí vou descobrir se gosto ou não :D

    Beijos,
    Nanie

    • Oi, Nanie.
      Não é fácil encontrar um livro de Zumbis na estante, né?!
      Eu até tinha outro, mas já tinha lido, então não ia ajudar.
      Depois quero saber o que achou.
      beijos

  • Oi, Camila!
    Não tinha muito interesse por esse livro, aí quando começou a surgir as notícias sobre o filme fiquei com vontade de ler, rs
    Quando der, vou querer ler... Por enquanto, vou ficar no filme - esse trailer é cheio de 'spoilers', haha e é bem engraçado, acho que vou rir horrores no cinema!!!

    Beigos,
    http://mauraparvatis.blogspot.com/

    • Oi, Maura.
      Acho que o filme tem um lance de humor muito grande. Achei o trailer bem engraçado, mas isso não existe no livro.
      Estou curiosa para saber como ficou a adaptação.
      Beijos

  • Camis,

    Eu sei que filme entrou com uma pegada mais "cômica" do que o livro e talz. Confesso que não vou resistir e vou acabar assistindo o filme primeiro. rs Esse livro não está na minha lista de prioridades, mas também não descarto a possibilidade de ler.

    E sim, tem muito zubi por aí. Eu digo porque sou professora de inglês e digo que a maioria dos meus alunos adolescentes se comportam exatamente assim: olhar vidrado no celular, boca meio aberta, total falta de comunicação a nível pessoal... É um tanto assustar observar essa geração de completa apatia, viu.

    bjs!

    • Oi, Mel.
      Eu já tinha colocado esse livro na minha meta de leitura desse ano por causa do DRD, então só adiantei a leitura para poder ver o filme depois.
      Mas ainda não consegui ir ao cinema. hehehehe
      É uma pena que os jovens estão caminhando para esse mundo completamente zumbi. R, o zumbi do livro, consegue ter pensamentos incríveis, mas não pronuncia mais que 5 palavras e ainda com dificuldade. Quantos jovens são assim hoje em dia, né?!
      Beijos

  • Aff.. Essa resenha me despertou curiosidade! ¬¬ O meu problema?
    Eu não quero querer ler esse livro, entende? hehehehehe.
    É muito nojento imaginar um romance com um DEFUNTO!
    Mesmo que ele ainda não tenha ossos aparentes ¬¬

    • Oi, May.
      Eu sou bem nojenta, mas não tive problemas com isso.
      Eles não ficam se agarrando e nem se beijando, então não fica nojento.
      Beijos

  • Eu li esse livro ano passado e deferente de você gostei do livro do início ao fim, talvez porque eu tenha começado sem muitas expectativas. Na verdade só comprei o livro porque estava em promoção, heheh.
    Eu soube que o filme puxa mais pro lado da comédia e parece ser bem divertido, estou bastante curiosa pra assistir.

    • Oi, Ana.
      Eu gostei da história em geral, só achei um pouco parado.
      Tem belas lições, mas faltou uma agitação.
      Pelo o que eu percebi do trailer, o filme tem mesmo um lado mais cômico e também estou curiosa.
      beijos

  • Ei Mila,

    Eu vou ler este também para o desafio, mas sei lá, cismei que não vou gostar. EU tenho muito nojo de zumbi para imaginar um romance com ele kkkkkkkk.
    E sua resenha não me animou muito rs, agora isso que vc falou sobre os adolescentes zumbificados kkkkkkkkkk é bem verdade mesmo rs.

    bjs

    • Oi, Nanda.
      Acho que muita gente está com esse nojo do romance com um zumbi, mas isso não tem no livro. Eles não ficam se pegando, nem se beijando e nem nada do tipo. Nada de envolvimento físico com um cadáver! hehehehehe
      Beijos

  • Olha vou ser bem sincera, eu não gosto de histórias de zumbis... a verdade é que eu sempre associo com filmes de terror, e sou bem medrosa, mas um dia ainda tenho vontade de ler livros desse tipo! =)

    Beijos, Camis!

    • Oi, Nina.
      Sou daquelas nem medrosas, mas consegui ler esse livro numa boa.
      Ele não tem nada de dar medo.
      beijos

  • Oi, Camila!
    Eu quero tanto ler esse livro!!! Eu assisti o filme e amei de certa forma e achei meio nojento em outras... Gostei bastante da resenha e essa parte inicial do livro que você achou mais lenta ficou bem rápida no filme por isso eu não achei o inicio chato, mas até cômico!
    Beijos, May.

    • Oi, May.
      O livro não tem nada de nojento e agora quero muito ver o filme para poder fazer a comparação.
      Rs...
      beijos

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Camila - Leitora Compulsiva
Tags: Leya

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