1793, de Niklas Natt och Dag #Resenha

Título: 1793

Título Original: 1793

Série: Trilogia Bellman Noir #01

Autor(a): Niklas Natt och Dag

Editora: Intrínseca

Ano: 2020

Páginas: 432

Tradução: Fernanda Abreu

Sinopse: AQUI

Download do 1º Capítulo: AQUI

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Onde Comprar o E-Book: Amazon (Kindle), Livraria Cultura (Kobo)

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No mês de março desse ano, a Editora Intrínseca publicou o livro de estreia do autor sueco Niklas Natt och Dag, entitulado 1793 – primeiro de uma trilogia histórica policial ambientada na cidade de Estocolmo no século XVIII. Como eu sou fã do gênero e tenho uma quedinha por autores escandinavos, pedi um exemplar pela parceria com a editora.

Quando o livro chegou, a primeira coisa que notei foi a belíssima edição com pintura trilateral em preto e nos números alto relevo com aplicação em verniz especial na capa. A imagem da capa segue a linha da edição alemã do livro e, com certeza, a Intrínseca acertou em cheio na opção! De todas as edições que vi, essa é a capa mais bonita!!

Acabei demorando mais do que gostaria para ler esse livro, mas valeu a pena! Hoje conto para vocês mais da minha experiência com essa leitura!

Sobre o que é “1793”?

1793 é o romance de estreia do autor sueco Niklas Natt och Dag e o primeiro de uma trilogia chamada no original de Bellman Noir. Como o título do livro dá a entender, a história se passa no ano de 1793 e tem como cenário a sombria, suja e malcheirosa Estocolmo, na Suécia, um ano após o assassinato do rei Gustav III. As notícias da revolução dos vizinhos franceses não param de chegar e a há uma clara tensão social pairando no ar… Em todo lugar que se olhe há miséria, abusos de poder, corrupção, violência, conspirações, golpes, mandos e desmandos!

E é nesse contexto que o sentinela Mickel Cardell, sofrendo de uma bela ressaca em uma manhã de outono, entra nas águas fétidas do lago da Ucharia para retirar um corpo, ou ao menos o que restou de um…

Às vésperas de deixar o cargo, o de chefe de polícia Johan Gustav Norlinnão está lá muito interessado em lidar com uma investigação de assassinato e decide pedir um último favor a seu antigo colega, o incorruptível e extremamente perspicaz advogado Cecil Winge. Extremamente debilitado por uma doença, Winge acaba contanto com a ajuda inesperada de Mickel Cardell e os dois mergulham de cabeça na investigação.

Passando pelas mais variadas camadas da sociedade sueca e encarando o que há de mais sórdido no ser humano, Winge e Cardell lutam para descobrir a identidade do cadáver retirado do lago e tentam a todo o custo descobrir o que aconteceu com ele!

O que esperar desse livro?

1793 é, com certeza, um dos livros mais interessantes que li nesse ano. Não digo necessariamente que ele esteja entre os melhores e eu nunca cometeria o erro de indicá-lo para qualquer pessoa… A questão aqui é que esse foi um dos livros que mais me surpreendeu, me intrigou, me provocou e atiçou a minha curiosidade. Tudo bem que eu tenho mesmo uma quedinha pela escola sueca de escrita e isso ajudou!! Rs…

A trama construída pelo autor é inteligente e desafiadora. Ao dividir a história em quatro partes, o autor pôde jogar com a mudança de protagonismo e pode criar pequenas histórias dentro da história principal. Pode até parecer que alguma parte não conversa com as outras, mas tudo se encaixa perfeitamente no final!!!

O autor fez um excelente trabalho inserindo sua narrativa dentro do contexto histórico e, uma das coisas que mais amei, é que ele não poupa os leitores em relação à realidade da época. Ele tampouco pega leve com as descrições das cenas mais brutais ou mais nojentas!! Como eu amo um autor que respeita minha inteligência e maturidade!!! Rs…

Nessa época em que a ultrassensibilidade vem ganhando mais audiência, é ótimo saber que ainda existem autores que topam escrever para leitores adultos, maduros e que não se abalam com sangue, violência, mutilação, abusos, decomposição e excrementos. Sim, porque tem disso nesse livro e não é pouco! Afinal, tinha muito disso na Estocolmo de 1793, então nada mais justo do que ter em um livro que se propõe fazer um retrato da época, não é?!

É bem verdade que, para conseguir contextualizar bem sua história, o autor precisou se valer de algumas explicações sobre o momento político, sobre a estrutura social e sobre o dia-a-dia dos moradores da cidade. Tudo isso acabou por deixar a leitura um pouquinho mais lenta se comparada às de thrillers contemporâneos, porque exige mais atenção e entendimento do leitor. Nada que tenha me incomodado, mas sei que pode incomodar alguns de vocês…

Outro ponto positivo, para mim, foi a construção dos personagens, que só ajuda a reforçar a ideia de que não existe pessoa totalmente boa ou ruim. Não existem santos, não existem monstros. Existem apenas seres humanos tentando sobreviver e fazem o que for preciso para isso.

Acho que deu para perceber que gostei muito desse livro, não é mesmo?! Mesmo assim, me sinto na obrigação de deixar claro que ele não é para qualquer público. Como eu mencionei antes ele tem cenas fortes, explícitas e até mesmo cruéis. Além disso, a contextualização história exige mais paciência e atenção… Para quem não tem problema com séries históricas e curte uma investigação de crimes, é um prato cheio!!

Sobre o autor e seus outros livros…

Niklas Natt och Dag, nascido em 1979, tem forte conexão com a história de seu país, sendo descendente da mais antiga família da nobreza sueca ainda viva. 1793, seu romance de estreia, foi vendido para 35 países e ganhou prêmios importantes como o de melhor ficção estreante da Academia Sueca de Escritores de Ficção Policial, em 2017, e o Livro do Ano da Suécia, no ano seguinte. O autor mora em Estocolmo com a esposa e os dois filhos.

1793 é o primeiro livro da trilogia Bellman Noir. O segundo livro chamado 1794 já foi lançado lá fora! Agora só nos resta esperar para ser traduzido em breve para o português.