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A polêmica sobre o papel usado em Sol da Meia-Noite #Artigo

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O novo papel utilizado pela Editora Intrínseca na produção do livro Sol da Meia-Noite gerou polêmica nas redes sociais sobre a qualidade que os leitores exigem versus o preço do livro.




Olá, queridos leitores!!

Como vocês já devem saber, há pouco mais de uma semana a Editora Intrínseca lançou o livro Sol da Meia-Noite, da autora Stephenie Meyer. A expectativa era a de que o lançamento seria recebido com festa pelos fãs e que todo o incessante trabalho da editora – que teve apenas 45 dias para produzir um livro de mais de 700 páginas – fosse finalmente recompensando!

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Milhares de exemplares foram vendidos na pré-venda, tanto na versão em papel quanto na digital. Os livros foram produzidos em tempo recorde e entregues com antecedência para todas as lojas e livrarias, em quantidade suficiente para suprir a demanda. Além de todos os livros vendidos em pré-venda, a editora entregou um adicional de 30% para suprir a demanda que viria nos dias seguintes ao lançamento…

Com um projeto de logística surpreendente – ainda mais em tempos de pandemia – os livros comprados online começaram a ser entregues pelas lojas no mesmo dia do lançamento do livro! Por volta do meio-dia daquele 04 de agosto, diversos leitores já começavam a postar fotos de seus livros nas redes sociais…

E foi nesse momento que a polêmica começou a pipocar… 

Se tudo estava indo bem, qual motivo para a polêmica?

Muitas foram as reclamações sobre entregas atrasadas, sobre lojas que não souberam gerenciar seus estoques e tentaram empurrar a culpa para a editora, mas essa não é a “treta” que nos interessa aqui…

A polêmica que nos interessa aqui é aquela em torno do PAPEL usado pela Editora Intrínseca para a impressão do livro Sol da Meia-Noite! E por que isso? Porque a editora optou pela utilização de um papel de menor gramatura, ou seja, mais fino do que aqueles papéis usados para a publicação das primeiras edições dos livros originais – e isso desagradou uma boa parcela dos leitores, que acusaram a editora de optar por um papel de baixa qualidade…

É verdade isso?

A resposta é: Sim e não!! E eu explico…

O papel é mais fino, mas não de baixa qualidade

As primeiras edições dos livros originais da saga – aqueles de capa preta – foram publicados nos anos 2008 e 2009. Crepúsculo foi publicado com o papel Pólen Soft 80g/m², Lua Nova com o papel Soft Cream 60g/m²  e Eclipse e Amanhecer com o papel Chamois Fine Dunes 75g/m². Posteriormente foram usados papéis de 70g/m² para a publicação de outras edições, como as de capa-filme, por exemplo, ou até mesmo de 115g/m² para livros extras, como o Guia Oficial Ilustrado da Série. (*70g/m² é a gramatura média dos papéis sulfite comuns que usamos em casa ou no trabalho).

OK? Tudo bem até aqui?

Agora chegamos em 2020… Em maio deste ano, quando a editora conseguiu adquirir os direitos da publicação de Sol da Meia-Noite e percebeu que o livro em português ultrapassaria as 700 páginas, deu início à busca de um novo papel, que atendesse os requisitos: opacidade (não ser transparente), menor gramatura (ser mais fino e mais leve) e ainda bom preço, para que o livro não custasse uma fortuna para os leitores.

Se fosse produzido com papéis similares aos usados nos livros originais, Sol da Meia-Noite poderia custar 50% mais caro, chegando às lojas por um valor em torno de R$ 90,00

Só lembrando que um livro maior e mais pesado tem um custo maior não só de produção, mas também de distribuição, já que o custo do transporte/frete é diretamente ligado ao peso do produto. E qual é o leitor que ficaria feliz pagando tão caro pelo livro?!

A solução encontrada foi o papel Ivory Slim, de somente 58g/m² (um tiquinho só mais fino do que o de 60g/m² usado em Lua Nova). Esse novo papel apresentava uma boa opacidade e permitia que o livro, com suas 736 páginas, ficasse mais fino que o Amanhecer, por exemplo, que tem 567 páginas. 

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Após testes com esse novo papel, a Editora Intrínseca decidiu usá-lo para reimprimir o novo box com os quatro livros da saga original, o que foi feito no mês de junho deste ano. E já naquele momento as polêmicas começaram a surgir… Ao comparar o novo box com o antigo e perceber que os novos livros eram visivelmente mais finos, alguns leitores ficaram com medo de que parte do texto tivesse sido suprimido ou que se tratasse de uma edição econômica…

Todas essas dúvidas dos leitores foram sanadas com um pronunciamento da editora nas redes sociais, em que deu todas as explicações sobre o novo papel, garantiu que não houve nenhuma supressão de texto, não se tratava de uma edição econômica e até mesmo pediu desculpas por não ter comunicado previamente que o papel havia mudado (o que particularmente achei fofo, mas desnecessário!). Aproveitando, a editora já deixou claro que Sol da Meia-Noite seria produzido com o mesmo papel!!!

(Clique nas imagens para ver em tamanho maior)

Após as explicações, os ânimos dos leitores se acalmaram novamente… Até que Sol da Meia-Noite foi publicado com o mesmo papel e a polêmica voltou com toda a força. As pessoas nem estavam ainda com o livro em mãos e já diziam que o papel usado era o popularmente conhecido como papel-bíblia, cujo nome oficial é papel-scritta e tem gramatura que pode variar de 25 a 45g/m². Alguns diziam que o papel mais fino rasgava na mão ao ser virado ou que se desmancharia pelo suor das mãos. Outros que era tão transparente que não dava nem para ler…

E eu aqui, com meu livro em mãos só pensando: HEIN??????

O papel é mais fino? É sim. É mais transparente? Se comparado ao papel usado na primeira edição de Amanhecer, é sim, mas não atrapalha a leitura. Parece papel-bíblia ou papel jornal? Não, não e não. Rasga fácil? Não tentei rasgar nenhuma folha de propósito, mas nenhuma página rasgou enquanto eu fazia a minha releitura durante o final de semana. O papel absorve o suor das mãos? Depende de quanto suor estamos falando… Mas qualquer papel é assim, né?! O livro ficou ondulado? Quando recebi meu exemplar ele estava levemente ondulado, sim. Deixei um dia debaixo de outros dois livros e está bem reto agora, mesmo depois de ser lido.

Não ignoro que alguns livros realmente tenham apresentado defeito, como amassados ou até mesmo manchas na impressão. Se os livros que demoram a ser produzidos podem ter defeitos, imaginem um que teve que ser feito em tempo recorde? Quem teve qualquer problema assim pode e deve recorrer aos meios oficiais para solicitar a troca do produto defeituoso! Como uma boa advogada especialista em Direito do Consumidor, eu mais do que aprovo essa iniciativa.

Gostaria que o livro tivesse sido impresso em um papel de gramatura maior? Inicialmente eu cheguei mesmo a pensar nisso. Não me importaria em pagar mais caro pelo livro. Agora, depois de estar com o livro em mãos, ter passado o final de semana carregando ele pela casa enquanto relia a história e vendo como ele resistiu super bem, estou super satisfeita! Curiosamente, nem parece que meu livro foi manipulado e a lombada está completamente intacta.

Sei que já escrevi demais aqui, mas gostaria de finalizar pedindo uma coisa para vocês: foquem naquilo que realmente importa!!! A vida já está complicada demais com problemas reais… Não precisamos caçar ainda mais problemas onde não existem. Todo mundo tem direito de ficar insatisfeito, mas manifestar isso com xingamentos e agressividade não é direito de opinião, é só babaquice mesmo!!

Vamos lembrar que o mais importante dos livros são as histórias… Vamos descer um pouco do pedestal em que nos colocamos e parar de exigir, exigir e exigir!! Sejamos mais gratos!!

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11 comentários sobre “A polêmica sobre o papel usado em Sol da Meia-Noite #Artigo

  1. Amanda Almeida

    Tenho visto essa discussão por aí e não consigo não pensar se o papel é tão ruim assim a ponto de muita gente reclamar. Também achei a entrega dos livros muito rápida e, por mais que a qualidade do papel possa mesmo chegar a incomodar, tem gente que reclama de barriga cheia. As vezes nem se incomodaram tanto assim, mas reclamam para entrar na onda.
    Beijos

  2. Daniele s de Souza

    Camila,
    Eu nem vi esta polêmica, perdi…kkk
    Bom adorei o seu texto, concordo com vc. Pra que procurar pelo em ovo.
    Eu não comprei meu livro na pré-venda, achei que iria ganhar no seu sorteio rs, mas depois que vi as pessoas recebendo e vc comentou que estava adorando, ah não resisti comprei o meu na Amazon, percebi que o papel esta mais fina, mais tb não tao fino assim.
    Estou super feliz com o meu livro, ainda não comecei a ler, pq estou terminando outro livro, logo logo pego esta belezinha pra ler.
    #fasdecrepusculo

    Beijos

  3. rudynalva

    Camis!
    Lendo todo relato sobre a polêmica, já estava aqui pensando: um vírus mortal no mundo todo, matando milhares de pessoa, nós privados de liberdade como fazíamos antigamente, e o povo faazendo confusão por causa de tipo de papel de um livro? Francamente!
    Entendo que não foi perfeita a escolha do papel, mas se dá para ler a história e se o livro fica intacto no final, para que polemizar?
    Quem se sentiu lesado de alguma forma que procure seus direitos legalmente, concorda?
    cheirinhos
    Rudy

  4. Any

    Oi, Camis!
    Nossa, que treta, hein?! Tenho a impressão de que as pessoas discutem por qualquer coisa, muitas vezes por motivos tão bobos….
    Eu sou do tipo de leitora que não importa a aparência do livro e sim o que tá dentro, – a história -, costumo comprar livros em sebos e muitas vezes comprei livros rasurados e/ou riscados, pra mim se não tiver faltando páginas tá valendo rsrs.
    Se em Sol da Meia-Noite o papel é mais fino mas não atrapalha a leitura, e não teve cortes na história, pra mim não há problema nenhum, pretendo comprar sim, e agradecendo pelo livro não ser tão caro, porque sinceramente mesmo sendo fã da saga Crepúsculo eu não compraria um livro por R$ 90,00 rsrs, com esse dinheiro eu compro 3 a 4 livros!
    Bjos!

  5. Luna

    Eu não acompanhei a polêmica, mas costumo considerar que se tem tanta gente reclamando (e justamente pessoas que são fãs da saga) então algum motivo tem e essas pessoas deveriam ser mais ouvidas pela editora. Eu sou uma leitora que já se cansou de comprar livro caro com papel ruim (que se estraga em questão de poucos meses, como os da editora Record, por exemplo, que agora só compro e-book dessa editora para evitar me aborrecer com a péssima qualidade do papel) e ver que as editoras não estão nem aí, achando que o consumidor tem que engolir qualquer coisa só porque elas se dignaram a publicar determinado livro. Como se o leitor não tivesse que desejar algo de qualidade. Enfim… Não vou me estender nesse assunto.

    Como eu disse, não acompanhei a polêmica. Mas sou muito mais pró-leitor do que pró-editora. E não pretendo adquirir o livro físico, mas sim o e-book de Sol da Meia-Noite, então nem poderei comprovar por mi mesma se a qualidade do papel é boa ou não.rs

  6. Lucy

    Oi, Camis!
    Eu acompanhei essa treta de longe. Eu hein! Até entendo a insatisfação dos leitores, mas a gente acompanhou o processo de produção e entende também o que aconteceu nos bastidores, então eu achei tudo muito exagerado.
    Se por um lado nós temos leitores insatisfeitos com os brindes e preço de livros, por outro temos os leitores que topariam pagar mais caro por um papel mais grosso (mas certamente eles reclamariam do preço na pré-venda).
    Enfim, difícil agradar a todos…
    bjos
    Lucy – Por essas páginas

  7. Ivi Campos

    Perdi essa polêmica… rs Acho que os fãs de Crepúsculo são muito mimimizentos!!! Em contrapartida, o livor não foi barato, merecia um capricho real da editora.
    Beijos

  8. Lauri Brandão

    Oi. 🙂
    Estou louca pra comprar esse livro, mas o preço ainda tá muito caro pro meu bolso kkk.
    Acho que o povo tem que reclamar de alguma coisa né? Daí procuraram rs.
    Mas acho que pelo preço, a editora deveria ter sido um pouco mais preocupada com a qualidade né? Enfim… mesmo assim ainda quero o meu.

    Beijos.
    Manuscrito de Cabeceira

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