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Frida Kahlo, de Jean-Luc Cornette #Resenha

frida kahlo nemo blog leitora compulsivaTítulo: Frida Kahlo

Subtítulo: Para que preciso de pés quando tenho asas para voar?

Autor(a): Jean Luc Cornette

Ilustrações: Flore Balthazar

Editora: Nemo

Ano: 2016

Páginas: 128

Tradução: Fernando Scheibe

Sinopse: AQUI 

Download do 1º Capítulo: AQUI

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No mês de março, o livro tema do Clube do Livro Autêntica foi Frida Kahlo: Para que preciso de pés quando tenho asas para voar?, uma graphic novel publicada pelo selo Nemo.

Apesar de gostar bastante de histórias em quadrinho e graphic novels, já sabia que essa seria uma leitura fora da minha zona de conforto, porque não sou nem tão fã da figura retratada e nem fã de histórias biográficas! Mesmo assim, o desafio estava lançado e resolvi encarar!

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Sobre o que é “Frida Khalo”?

A graphic novel “Frida Khalo: Para que preciso de pés quando tenho asas para voar?”, escrita pelo francês Jean-Luc Cornette e ilustrada por Flore Balthazar, traz um recorte da biografia da artista plástica mexicana Frida Kahlo.

Sabemos que a vida dela foi repleta de acontecimentos dignos de registro, mas a proposta do autor foi apenas a de mostrar o período em que Frida, já casada com Diego Rivera e atuante no partido comunista mexicano, recebe Leon Trotski em sua casa de Coyoacán. Trotski, um dos líderes da revolução russa, se vê forçado ao exílio depois da ascensão ao poder de ser inimigo Stalin e encontra abrigo no México. O encontro dessas três personalidades – Frida, Rivera e Trotski – é marcado por grandes aventuras, paixões, política e muita arte.

Em uma edição lindamente produzida pela Nemo, encontramos uma Frida Kahlo verdadeira, retratada com a pele escura, como uma amante livre e uma artista revolucionária.

O que esperar desse livro?

Minha relação com essa graphic novel não foi tão boa quanto eu esperava, mas isso se deve ao fato de eu simplesmente não gostar da Frida Kahlo. Nada contra sua arte, que até acho incrível… É só uma questão de “santo que não bate”… Rs!

E para piorar, a visão de Jean-Luc Cornette representada nessa graphic novel só serviu para gostar ainda menos dela. Isso porque, ao fazer esse recorte na biografia dela, o autor deixou de lado inúmeros acontecimentos importantes na vida de Frida que explicam um pouco sua visão de vida. O pouco que é contado nessa história acabou passando, para mim, uma ideia bem negativa sobre a Frida, que me parecia, a cada página, cada vez mais mimada e egoísta.

Como o livro foi tema do clube do livro, pude conversar com fãs da Frida Kahlo que gostaram bastante dessa obra, talvez por conhecer muito mais da biografia dela e já terem uma opinião formada sobre a figura retratada. Ali no grupo eu fui voto vencido e a grande maioria adorou a graphic novel! Rs…

Então, é com grande tranquilidade que eu recomendo essa história para os fãs da artista que já conhecem mais sobre sua história. Mas para quem ainda não sabe muito sobre a Frida Kahlo, fica a dica: entendam que o que é retratado nesse livro é só um “pedacinhozinho” da história dela, então não a julguem pelo o que lerem aqui! Rs…

Sobre o autor e a ilustradora…

Jean-luc Cornette nasceu em 1966 na Bélgica. Se perguntar a ele o que o levou a escrever quadrinhos, Jean-Luc dirá que sempre os leu, e portanto sempre teve vontade de ser quadrinhista. Estudou no Institut Saint Luc de Bruxelles e começou a trabalhar na revista Spirou, escrevendo sobre uma pequena heroina vinda do espaço, chamada Columbia. Iniciou sua carreira nas publicações infanto-juvenis trabalhando para a Ecole des Loisirs ou Seuil Jeunesse, produzindo títulos de sucesso como Pizza Quatre Saisons e Coyote Mauve ilustrados por Jean-Marc Rochette.

Flore Balthazar nasceu na Bélgica, e, aos 9 anos, decidiu que se tornaria quadrinista após lerTintin, de Hergé, e outras obras na biblioteca perto de sua casa. Ela logo percebeu que sua arte não se pareceria exatamente com Tintin, e desenvolveu um estilo próprio. Estudou no Binche e na Academia Etterbeek de Belas Artes, estudando também línguas Eslávicas e Literatura na Universidade de Bruxelas. Ela então percebeu que a melhor forma de se tornar quadrinista é simplesmente continuar desenhando. Atualmente, vive em Orléans, França.

Para saberem mais sobre o livro, vale assistir esse vídeo com os autores:

10 comentários sobre “Frida Kahlo, de Jean-Luc Cornette #Resenha

  1. rudynalva

    Camis!
    Tem alguns livros que realmente não tem como gostarmos, embora a maioria goste.
    Gosto da figura da Frida, porque acredito que foi uma desbravadora, embora como todos nós, tinha seus defeitos.
    Bom domingo!
    “Conhecer os outros é sabedoria. Conhecer-se a si próprio é sabedoria superior.” (Lao-Tsé)
    cheirinhos
    Rudy

  2. Leticia Ramos de Mello Oliveira

    Olá, Camila!

    Vendo como a sinopse da HQ falou que nela a Frida foi retratada com uma pele mais escura, logo me veio a cabeça uma frase de um episódio de Doctor Who dessa temporada, que ao comentar sobre Jesus ser moreno e não branco como muitos filmes e imagens retratam, o Doutor fala “A história faz muito whitewashing.” (Whitewashing é um termo usado pela critica quando o cinema usa atores brancos para retratar personagens que são originalmente de outros fenótipos, como negos e asiáticos, criando uma imagem falsa e preconceituosa deles.) Essa frase me fez pensar muito nessa última semana, e sem questionar a minha fé (pois aqui estamos falando de tom de pele e não de santidade) pensei que realmente Jesus poderia ser moreno ou até mesmo negro, já que Israel e o Oriente Médio são locais de geografia desértica e de climas quentes e boa parte da população de lá possui a pele mais morena exatamente por causa desse clima!
    Mas o que isso tem a ver com a Frida? Bem, assim como você, não conheço muito a biografia dela, só sei que é muito conhecida pelos seus autorretratos, suas sobrancelhas e por sua imagem ser muito ligada ao feminismo. Aí me lembrei que em 2001 (se não me engano), a Salma Hayek tinha vencido o Oscar de melhor atriz por Frida, ao interpretar a famosa pintora, só que comparada a HQ, a Salma é mais branca que a Frida da HQ e muita gente vê a Frida como uma mulher latina branca. Ou seja, a Frida sofreu whitewashing, mesmo ela sendo nascida no século passado e tendo muitas fotos e pinturas dela!
    O fato de o quadrinho somente cobrir uma parte da vida dela não ajuda muito para quem não a conhece bem, mas o fato de mostrar ela de modo mais real é algo que vai fazer muita gente pensar, gostando ou não da Frida.

    Um abraço!

  3. Carolina Durães de Castro

    Oi Camila, tudo bem com você?
    Acho a proposta da Nemo maravilhosa. Trazer em forma de graphic novel personalidades reais auxilia aos novos leitores a conhecerem um pouco mais da história . Uma pena que não foi uma experiência tão promissora para você.
    Parabéns pela resenha.
    Bjkas

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